sexta-feira, 13 de novembro de 2009

A casa.

As paredes estão desgastadas, os móveis têm as marcas de meus dedos de tanto eu insistir em limpá-los. Toda poeira se encontra debaixo do tapete, e por mais que eu queira, não consigo fazer com que toda essa imundice se transfira para fora da casa.
Os corredores têm as marcas de meus pés. Eles têm as marcas de meus pés de tanto eu andar em círculos tentando fazer uma limpeza geral que sempre é interrompida pelo tocar da campainha.
A campainha não faz mais aquele sonoro barulho peculiar de uma campainha comum. De pouco ser usada, tem um som rouco, um som baixo, um som tímido. Um som de quem não quer ser tocada por conta da preguiça constante que possui.
O piso do banheiro está totalmente gasto. Está gasto de tanto sal; sal que vem dos olhos quando as lágrimas caem em manifestação de desabafo. A pia desse local está em mau funcionamento, e o espelho tem uma imensa rachadura bem no meio dele.
O despertador não toca mais, ele está totalmente desregulado. Ainda beira aquela mesma cama totalmente bagunçada. Ele não toca mais de tanta pancada que tomou porque sua dona não deseja despertar no horário que ele quer. Só que ele insiste em tocar quando ele não se sente ameaçado, e faz com sua possuidora seja obrigada a se levantar e se preparar para mais um dia de rotina.
Mais um dia onde luta pela limpeza da sua casa é constante, mais um dia onde acontece a limpeza da chaminé que ainda não criou. Mais um dia onde a luta para tirar toda aquela sujeira da casa é existente, para limar também toda aquela poeira que ainda se encontra debaixo do tapete. Cada dia um cômodo é limpo, cada dia as marcas são tiradas. O que sei é que ao menos a tentativa já é válida...

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