sexta-feira, 13 de novembro de 2009

A saga - parte 3

Sem prazo de validade

Não sei de onde sai tantas lágrimas, é um choro calado, um choro inconformado. Tudo o que eu queria era ao menos dizer um “tchau”, dar um abraço e dizer “boa sorte.” Dói saber que o “até amanhã”, que o “até mais tarde” perderam seu prazo de validade. Dói saber que ambos não terão mais tanto efeito quanto antes.
Vou sair de casa sem esperar te ver, sem saber se vou te encontrar. Na verdade nem é uma questão de não saber, eu sei que não vou te encontrar mais no seu ex-local de destino.
O que me resta são as ansiosas olhadas na porta, a sua espera no meio do nada, o virar de cabeça a cada passo seu. O que me resta são as músicas, as lembranças, os desenhos no meu caderno, a sua letra no mesmo. O que me sobra são os sentimentos calados, o dito pelo não dito.
Vou sentir tanta saudade do seu olhar triste, do seu sorriso tímido. Vou sentir tanta falta de sua voz abafada quando não quer falar. Vou sentir tanta falta do nosso primeiro diálogo, da alegria que você me deu naquele dia.
É ruim saber que quando entrar naquela sala não vou ver mais você sentado perto de mim, não vou ver mais você olhando pra mim – descaradamente ou de rabo de olho, não vou mais receber aquele “oi” que esperei meses pra ter.
Não me conformo que depois daquele diálogo você tem que ir embora. Eu não quero isso, mas não posso te implorar pra ficar. Fica, fica, só me dá a oportunidade de mostrar o quanto tu vales a pena pra mim, o quão me importo contigo. Deixa-me dar ao menos um sentido na sua vida, nem que seja por um dia, nem que seja por um segundo. Só num vai embora, só num some assim...

20/10/2009

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