O coração não entende o que a cabeça já aceitou. Caixas guardam em total ordem sentimentos que não poderiam, nunca, serem sistematizados pelo simples fato de sempre sentimentos.
A boca não transmite o que a alma pede. Tais palavras não condizem com o sentir próprio. E com o passar do tempo anula-se. Anula-se a si mesmo. Vive-se uma vida dúbia, o “eu” muda de foco e se transforma em um inexistente “nós”.
É como se trouxesse de volta aquele velho amigo imaginário que persiste em ficar lado a lado na fila do pão, e em tantos lugares que se frequenta. Que espia o jornal todas as manhãs indo exatamente onde “ele vai gostar de ler”.
Obedece-se as coordenadas, muda-se a rota. E fica visível que o tal amigo fruto da imaginação é de carne e osso. Um ser humano comum como eu e você. Projetado de maneira errônea.
Prioridades mudam. Prioridades necessitam deixar de ser totalidade para se transformarem em complemento. A felicidade não está em “trago seu amor em sete dias”, nem em ficar criando diálogos entre si e outro alguém que ainda não pode responder. Fruto da leviana imaginação.
A felicidade é muito mais do que se projetar no outro, é muito mais do que tudo. O essencial é dar o passo inicial e perceber que por mais que uma história seja bela, ela não pode ocupar o espaço todo da vida, deixando somente as lacunas abertas.
Ninguém vive de pequenas histórias. É chegada a hora de colocar os pés no chão, viver mais a realidade. Dar abertura para novas oportunidades. Saber seguir em frente sem realmente esquecer. Deixar guardado em um cantinho especial tudo o que ainda vale a pena...
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