Eles podem ser azuis, vermelhos, amarelos, verdes. Podem ser do tamanho que quiserem e da marca que bem entenderem. Destacam nas folhas de papel, as frases e as palavras mais importantes.
Habitam provisoriamente as papelarias desse mundo afora até encontrarem o aconchego de um estojo. Podem viver em portas-treco ou simplesmente na mesinha da casa de quem os adquiriu.
Para mim, são mais do que simples objetos e vão além da utilidade de grifar papel. É que parece que tenho algum tipo de dispositivo que destaca as palavras mais importantes dos meus pensamentos.
Saudade ganha essa tonalidade porque me faz lembrar a esperança do reencontro. Amor deixa de ser uma palavra normal e passa a ser um arco-íris porque há inúmeras maneiras de se amar.
Vida e seus derivados se transformam em Vida porque amarelo é um tom pulsante. A minha Paz não é branca porque recebe tonalidades de azul. E ao contrário de muitos, Inverno é rosa porque é a minha estação do ano favorita.
Com meus marca-textos imaginários, também posso desenhar. Faço carinhas, corações, flores. Contorno as nuvens, coloco um sorriso no sol e olhos na lua. Olho para o céu e escrevo frases do Caio Fernando Abreu.
Quando ando de ônibus, trem e até mesmo de carro, desenho o rosto da Clarice Lispector no vidro junto com alguma frase que calha bem para o que estou vivendo. Chego até a esboçar momentos que gostei e gostaria de ter vivido.
E tem mais. Isso que uso para destacar tudo o que há de mais importante não se chama marca-texto, grifa-texto ou o que quer que seja. Isso se chama IMAGINAÇÃO e ganha várias tonalidades e tipos de formato de acordo com meu humor e meu estado de espírito. E é com ela, que eu, você e todo mundo pode criar e interpretar tudo o que bem entender.
Marca - texto para destacar tudo o que há de mais importante.
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