Desabafo reflexivo

- Por que me limito?
- O que me impede de tomar atitude?
- Até quando terei essa postura receptiva?
- O que perderei se ficar parada?
- O que ainda me mantém na zona de conforto?
- Beiro o conformismo, o comodismo, por quê?

Questiono-me faz muito tempo e nunca consegui respostas para tais perguntas. Na realidade, até conseguiria se eu não tivesse a péssima mania de deixar para depois tudo o que considero incômodo. Viajar e revirar-se interiormente não é nada fácil. Temia ter de encarar a realidade nua e crua de que não conseguiria colocar em prática as mudanças que me eram necessárias.
Sempre soube que, mais cedo ou mais tarde, não teria como desviar dos meus questionamentos e que seria cobrada por eles.
Há dias tenho travado longos diálogos comigo, porém, numa manhã fria de domingo, algo sucedeu. Como num estalo, parece que tudo ficou mais claro. Medo e orgulho são os vilões que me estagnam.
Nunca lidei bem com a rejeição, com os ‘nãos’ que poderia receber e nem com expectativas frustradas. Por isso, preferia aguardar atitudes alheias só para evitar me machucar.
Dar o braço a torcer, ceder e admitir precisar de certas coisas me causava aflição. É até vergonhoso dizer, mas eu acreditava que além de me diminuir, tais atitudes fariam com que os demais achassem que podiam me fazer de idiota. Não suportava a ideia de ser deixada para trás.
Caí em mim, despertei do sono profundo, enxerguei além das minhas convenções. Antes cedo do que tarde, antes tarde do que nunca. Se quero, corro atrás. Cansei de esperar que tomem atitudes por mim. Cansei de aparentar demonstrar falta de interesse. Não quero mais ter a sensação de que perdi sem ao menos ter tentado.
Tenho me limitado muito, me contentado com achismos e me tornado receptiva demais. Está mais do que na hora de abandonar a zona de conforto e agir. Adeus comodismo, adeus arrependimento de não ter feito o que sinto vontade.
Au revoir!

No decorrer do caminho, vou me deparar com muitas negações. As tentativas e o aprendizado serão meus prêmios de consolo. Sei que não será fácil, mas vamos à luta!