Eis a montanha e a imensidão que pode haver depois dela. O que fazer: continuar a caminhar e correr o risco de se jogar do precipício? Ou voltar atrás e fingir que o interesse em saber o que há depois do abismo não existe? Afinal, as possibilidades são tantas. Mas, vale a pena se arriscar?
Ela já pulou de diversos abismos e, na maioria das vezes, teve de recolher os seus caquinhos e subir no topo novamente. O processo de reconstrução não é fácil. Primeiro, leva-se tempo para colar os pedaços que foram quebrados. Depois, há um árduo caminho para chegar ao início do precipício. A moça bem sabe do tempo que leva para se recuperar. No entanto, é loucura se jogar quantas vezes for preciso?
Para quem é inconsequente com os próprios sentimentos e, claro, com os dos outros, não. Toda tentativa é válida, desde que provem o contrário. Porém, alguns dizem e acreditam que só é indicado se arriscar quando é permitido, quando o outro dá indícios para tal atitude. Ela não sabe ler as entrelinhas, aliás, até sabe, mas prefere fingir que não. Teme acordar no dia seguinte e se arrepender por não ter arriscado. Teme chegar à velhice e notar que, por medo, não se esforçou e desistiu antes de ter começado. Quer saber o que há depois da montanha e, sem pensar duas vezes, vai.
As pessoas correm o risco a todo tempo. A cada oportunidade que aparece pela frente, ela se esquece dos abismos, não sente medo de se arriscar e, por isso, se joga. No fim da linha, pode ter ou não algo muito bonito. Já colheu muitos caminhos e se curou de inúmeras fraturas expostas. Chamo isto de intensidade. Algo que vai acompanhar a moça eternamente.
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